Inclusiva

Desenvolvimento sustentável, agricultura urbana e inclusão social

Sobre o projeto

O projeto busca desenvolver tecnologias de transformação do bagaço de malte – resultante dos processos produtivos de Cervejarias Artesanais de Niterói – em adubo orgânico para fomento à agricultura urbana e familiar em comunidades populares, capacitados pelo projeto para produção de base agroecológica, como alternativa que tornem a atividade das cervejarias artesanais mais sustentável, especialmente no que tange ao tratamento do bagaço do malte descartado. A proposta pretende contribuir também para que outras cervejarias tenham oportunidade de se candidatar ao Selo Niterói Cervejeiro, cujas exigências prevê a sustentabilidade ambiental da produção.

O projeto também tem como objetivo capacitar 30 catadores de materiais recicláveis do bairro Caramujo para coleta e transformação do bagaço em adubo, além de selecionar e capacitar moradores do mesmo bairro para implantação de hortas urbanas de forma a possibilitar o início de um novo ofício, incremento da qualidade nutricional das famílias, valorização dos quintais e áreas públicas, preservação de áreas verdes, reciclagem de resíduos orgânicos entre outros. A proposta de atuação no Caramujo, se apresenta como uma alternativa que quer contribuir para inclusão social e produtiva da população local, que irá Identificar pessoas e territórios com potencial para produção ampliação de hortas, objetivando o aumento da oferta de alimentos saudáveis para a população local;  e assim, criando oportunidade de integração do Bairro Caramujo aos processos de desenvolvimento que ocorrem em toda cidade de Niterói.

Pretende-se, ainda, realizar Feiras Gastronômicas no Horto Botânico de Niterói, criando e fortalecendo uma rede de cervejeiros, catadores de materiais recicláveis e agricultores urbanos.

O que foi feito até aqui

As principais entregas do Projeto foram relacionadas às pesquisas referentes ao uso do bagaço de malte, após avaliação do uso coleta, secagem, trituramento e classificação das partículas, e caracterização das matérias primas (argila e bagaço de malte). Além disso, realizou-se a execução de ensaios nos corpos de prova para avaliação das propriedades físicas e mecânicas, a análise macroestrutural e de fases.

As análises realizadas demonstram potencial de tal utilização auxiliar na intensificação do setor da economia, sobretudo indústria de bebidas artesanais e alimentos correlatos. Atualmente, tais estudos estão em fase avançada de análise estatística dos resultados e redação de dissertação e artigo científico, os quais estão a ponto de serem finalizados e publicados em breve.

Foi também realizado o desenvolvimento de estudo que embasou a criação do Projeto de Lei 175/2022, que versa sobre a classificação do bagaço de malte oriundo da produção como um coproduto, e não um resíduo como antes. Fica autorizado, no município, a utilização do bagaço de malte  para a produção de alimentação humana e animal; adubo, composto e outros produtos condicionadores de solo; vestuário e acessórios; material reciclado e biodegradável; construção civil e geração de energia.

No seu artigo 4º, a nova lei estabelece que a Prefeitura de Niterói poderá solicitar a destinação de parte do bagaço resultante da filtração do mosto na fabricação de cervejas para as hortas urbanas e demais áreas do Programa Municipal de Agroecologia Urbana da cidade.

 

Próximos passos

  • Finalização das compras de insumos que servirão para a implantação das hortas modelo no bairro do Caramujo.
  • Conclusão de implantação da horta no campus da UFF na Praia Vermelha, seguida por primeira etapa de conversa e capacitação com os moradores do Caramujo selecionados pela associação de moradores local, os quais funcionarão como cuidadores das hortas a serem implementadas e disseminadores na comunidade destes conhecimentos adquiridos.

FICHA TÉCNICA


Secretaria Responsável: Secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico – SEDEN

Duração: 30 meses

Valor do projeto: R$ 391.123,47

Departamento UFF: Escola de Engenharia – TER/UFF

Coordenador: Leonardo da Silva Hamacher

Público – alvo: Empresários Micro cervejeiros, Microempreendedores Individuais, Agricultores Urbanos, Pequenos empresários e moradores do bairro Caramujo.

Onde atua geograficamente: Inicia-se com foco no bairro Caramujo. Atualmente está nas cervejarias artesanais de todo o território municipal.

Equipe Envolvida: 1 coordenador – Professor Leonardo Hamacher; 1 vice coordenadora – Profa. Ana Paula Martinazzo; 3 bolsistas de mestrado – Natália, Bárbara e João – envolvidos no  desenvolvimento de processos de aproveitamento do bagaço das cervejarias em produtos ou insumos que agreguem valos ao mesmo. 1 administrativo e 01 terceirizada – Leila – Responsável principalmente pela interlocução no Bairro do Caramujo, levantamento de áreas de ação, contato com associação de moradores e apoio em todas as ações do projeto

Parcerias realizadas: Grupo Niterói Cervejeiro e Firjan.

Em relação às cervejarias, foi inovador por abordar estudos que avaliam a destinação dos resíduos das mesmas e procurar desenvolver alternativas de valorização do mesmo. Esses estudos são uma iniciativa que visa agregar valor à cadeia cervejeira tão presente no município de Niterói, mitigar impactos ambientais, tornando o processo mais sustentável e envolver mais pessoas da cidade no processo. Em relação à agricultura urbana, o projeto está tentando contribuir para a difusão das práticas agrícolas em áreas urbanas como forma de apresentar uma nova alternativa de renda, melhoria dos espaços físicos, ganho alimentar e nutricional para comunidades carentes, uso de resíduos orgânicos nas próprias hortas e jardins de forma a aumentar a qualidade dos solos e reduzir impactos ambientais oriundos do descarte.
Professor Coordenador Leonardo da Silva Hamacher
Em relação às cervejarias, foi inovador por abordar estudos que avaliam a destinação dos resíduos das mesmas e procurar desenvolver alternativas de valorização. Esses estudos são uma iniciativa que visa agregar valor à cadeia produtiva cervejeira tão presente no município de Niterói. Mitigar impactos ambientais, tornando o processo mais sustentável e envolvendo a população local no processo. Em relação à agricultura urbana, o projeto está tentando contribuir para a difusão das práticas agrícolas em áreas urbanas como forma de apresentar uma nova alternativa de renda, melhoria dos espaços físicos, ganho alimentar e nutricional, uso de resíduos orgânicos
Gerente Lindalva Cavalcanti Cid

Políticas Intersetoriais que dialogam com o projeto:

ODS: 1 – Erradicação da Pobreza, 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura, 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, 15 – Vida Terrestre.

Objetivo PPA 2022-2025: Atender às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade com seus direitos violados, cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos e que demandam intervenções especializadas. Formular e implementar políticas e planos de segurança alimentar e nutricional, estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade civil, bem como, promover o acompanhamento, monitoramento e avaliação da segurança alimentar e nutricional no Município.

NQQ: Dialoga na área de Resultado “Inclusiva” ao refletir no conjunto de políticas intersetoriais e transversais que incluam o acolhimento, reabilitação e inclusão produtiva das pessoas em risco social e pessoal, através do estímulo à agricultura urbana e inclusão social. Além disso, dialoga também com o fortalecimento da agenda de Economia Solidária visando à geração de trabalho e renda e ao enfrentamento da pobreza e das desigualdades por meio do incentivo às práticas de cooperativismo, associativismo e auto gestão com desenvolvimento solidário e sustentável.

Política Pública: Dialoga com o Programa Niterói Cervejeiro e com a produção de bebidas e alimentos artesanais, bem como com a Agricultura Urbana. Reflete ainda na Lei Municipal Nº 3.288/2017 (Lei dos Cervejeiros) ao auxiliar na reflexão, bem como apresentando proposta de possível solução ao desafio enfrentado pelas cervejarias quanto o descarte do bagaço de malte no meio ambiente, contribuindo na apresentação de proposta de formas sustentáveis de reaproveitamento deste resíduo que cresce na medida em que aumenta a produção de cervejas. Além do mais, o projeto criou insumos para a aprovação da Lei 175/2022, que regulamenta o aproveitamento do bagaço de malte, como uma forma de desenvolver soluções para problemas ambientais relacionados à gestão inadequada de resíduos sólidos nas cervejarias, e desta forma, propõe diferentes alternativas para o uso do bagaço resultante da filtração do mosto na fabricação de cervejas.

GESTÃO DO CONHECIMENTO

Artigo: Effects of Malt Bagasse Utilization on Kale Germination Using Different Substrates and Shadings
Artigo: Effects of Malt Bagasse Utilization on Kale Germination Using Different Substrates and Shadings