Próspera e Dinâmica
Sobre o projeto
O projeto pretende estudar, avaliar, analisar e trazer subsídios para os mecanismos a serem adotados no interesse dos pescadores artesanais de moluscos de Niterói – tradicionais no município. Ele se propõe a monitorar a qualidade higiênico-sanitária de mexilhões produzidos no município de Niterói por dois anos. Além disso, irá desenhar o programa de monitoramento com base nos resultados encontrados e disseminar informações higiênico-sanitária e informações sobre empreendedorismo e financeira. Ele buscará alternativas de melhoria da qualidade (microbiológica, físico-química, toxicológica e produção) do mexilhão através de aplicação de diferentes técnicas de depuração.
Ele pretende desenvolver novos produtos (marinados) que agreguem valor de mercado, assim como alternativa de uso de resíduos sólidos, cascas para indústrias
de fertilizantes. Ele também pode ajudar também na criação de melhores condições para prática de maricultura mais racional, concentrando a atividade em áreas limpas, não contaminadas, e seguindo exigências da vigilância sanitária.
Outro viés do projeto será a indicação das condições ambientais através dos moluscos bivalves (mexilhões) considerados sentinelas do ambiente – por serem filtradores – contribuindo assim para implementação de estratégias e políticas públicas de defesa da vida marinha, desenvolvimento e ampliação de recursos econômicos das comunidades-alvo, cessação do êxodo dos jovens filhos de pescadores artesanais para outras atividades mais lucrativas e de melhor reconhecimento pela sociedade, ampliação do leque gastronômico da cidade de Niterói com oferecimento de um produto (mexilhão) com selo de qualidade e sem riscos para o consumidor final. Desenvolvimento do turismo gastronômico, com ofertas diferenciadas da famosa “Comida de Boteco”, ofertando mexilhões marinados, acondicionados refrigerados/congelados, sopas de mexilhões (à moda do famoso “sururu de Alagoas”), entre outros preparos atraentes e saborosos.
O que foi feito até aqui
Resultados de pesquisa conclusivos estão em análise. Entregas realizadas até o momento poderiam ser considerados folders distribuídos nas comunidades e no Mercado de Peixe de Niterói, acompanhamento nas comunidades de bolsistas de iniciação científica da UFF (IC) (visitas com esclarecimentos às lideranças), coletas e análises laboratoriais realizadas com auxílio de bolsistas de IC (PIBIC/UFF e FAPERJ), além do apoio de transporte da FIPERJ (liberação de carro oficial).
O projeto encontra-se ainda na aquisição de materiais, realizando visitas às três comunidades (Centro, Boa Viagem e Jurujuba) com a coleta das amostras e o monitoramento da qualidade higiênico-sanitária dos mexilhões em Jurujuba, pois as demais comunidades encontram-se respeitando o defeso do mexilhão (período de 1° de setembro a 31 de dezembro) (IBAMA, 2006). As ações realizadas são as mesmas relatadas anteriormente. As próximas etapas serão biometria, depuração, aquisição de materiais e desenvolvimento de produtos.
Até agora, em torno de 30 pessoas no Centro, 15 pessoas em Boa Viagem e 50 pessoas em Jurujuba foram beneficiadas pelo projeto. Achados bacteriológicos analisados segundo o PNCMB encontram-se sob condição ou liberados, não ocorrendo qualquer suspensão de coleta (segundo a legislação vigente).
Próximos passos
- Monitorar a qualidade higiênico-sanitária de mexilhões produzidos no município de Niterói por dois anos
- Propor um programa de monitoramento para o município de Niterói com base nos resultados encontrados
- Disseminar informações: higiênico-sanitária, empreendedorismo e financeira, para o grupo de marisqueiro, atividade tradicional do município
- Trabalhar a pesquisa e a extensão em prol da criação de unidade de beneficiamento de moluscos bivalves que levaria a melhoria das condições de trabalho e segurança do alimento
- Criar uma unidade de beneficiamento de moluscos bivalves em container para a comunidade de Boa Viagem para que tenha um maior controle higiênico-sanitário do produto e na saúde dos marisqueiros locais que sofrem muito com ergonomia e infecções leves e até severas de cortes em
decorrência da atividade - Identificar os problemas da Almarj visando sua possível re-estruturação
- Identificar qual é a melhor técnica de depuração para atender as regiões estudadas
- Criar novos produtos que possam atingir o mercado consumidor de maneira competitiva, segura e valiosa
- Buscar a legalização da unidade de beneficiamento a ser implantada
- Articular com órgãos responsáveis que as comunidades trabalhadas sejam atendidas pelo programa Saúde dos Pescadores
- Aproximação com a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro – FIPERJ, pois a mesma tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável da aquicultura e pesca fluminense, ao gerar e difundir informações e tecnologias, articulando e consolidando políticas públicas para o setor em benefício da sociedade
FICHA TÉCNICA
Secretaria Responsável: Niterói Empresa de Lazer e Turismo – NELTUR
Duração: 36 meses.
Valor do projeto: R$ 373.763,60
Departamento UFF: MTA. Departamento de Tecnologia dos Alimentos
Coordenador: Eliana de Fátima Marques de Mesquita
Público – alvo: Pescadores artesanais (extrativistas e produtores de moluscos bivalves).
Onde atua geograficamente: Centro (Centro de Niterói, atrás do Bay Market) – Boa Viagem (Na Praia de Boa Viagem, Niterói) – Jurujuba (ALMARJ. Comunidade da Associação Livre dos Maricultores de Jurujuba).
Equipe Envolvida: 1 Coordenadora, 1 Vice-coordenador, 1 Professora colaboradora 2 Técnicos especializados da FIPERJ, 1 Técnico especializado da UFF, 1 Estudante graduando / UFF e 1 Bolsista / FAPERJ.
Parcerias realizadas: Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ) e Associação Livre dos Maricultorres de Jurujuba (ALMARJ).
A produção de mexilhão no Município de Niterói é uma atividade tradicional que envolve tanto o extrativismo como a maricultura. Existem três comunidades expressivas que vivem dessa prática, localizada nos bairros de Jurujuba, Boa Viagem e Centro. Essas comunidades sobrevivem com dificuldades sob influências de mudanças ambientais e sociais ao redor, tentando manter o sustento. Um trabalho aplicado a essas comunidades buscando melhorias nas condições das atividades desenvolvidas e na segurança do alimento, fornecendo um produto de qualidade e inócuo ao mercado, pode proporcionar a impulsão desse setor econômico tradicional respeitando essas comunidades muitas das vezes excluídas da sociedade, estimulando indiretamente o turismo e a cultura local.
Políticas Intersetoriais que dialogam com o projeto:
ODS: 8 – Trabalho decente e crescimento econômico.
Objetivo PPA 2022-2025: Fomentar o desenvolvimento econômico de Niterói, de forma sustentável e inovadora, nos diversos setores (comercial, industrial e de serviços), mediante políticas integradas, promovendo e valorizando o empreendedorismo, a sustentabilidade de negócios e a atração de investimentos na cidade, bem como o incentivo à qualificação profissional e a geração de emprego e a renda, principalmente aos mais vulneráveis.
NQQ: Projeto “Novos Negócios, na Área de Resultado “Prospera e Dinâmica ” tendo em vista que o projeto da Carteira NQQ tem como iniciativas propostas a revitalizalização do polo pesqueiro. O projeto visa promover ações para elevar a arrecadação municipal, gerar empregos e fomentar a economia local e busca mudanças na área da pesca artesanal – tanto da própria tecnologia de captura e/ou cultivo quanto da legislação vigente voltada para pesca, pescado e derivados. Políticas Públicas que incentivem o mantimento da identidade dessas comunidades pesqueiras tradicionais como produtores de alimentos de alto valor nutricional é de grande importância para o aumento do fluxo turístico na região, em busca de uma nova tendência na gastronomia.
Política Pública: Pacto de Retomada Econômica: Todo o Projeto Mexilhão vem no bojo da retomada da atividade econômica da cidade. Dentro das 5 (cinco) ações prioritárias, o Projeto Mexilhão enquadra-se no processo de recuperação econômica e geração de emprego e renda. A abertura do Novo Mercado Municipal de Niterói poderá consolidar a comercialização dos produtos oriundos das comunidades por sua tradição e qualidade. Aqui mais uma vez um selo de garantia se fará necessário. Para isso, o Projeto Mexilhão conta, no momento, com uma profissional do ramo de indústria de alimentos – médica veterinária com experiência, que aceitou o convite para funcionar como RT dentro da Cooperativa, orientando e auxiliando na documentação e na infraestrutura, para que os pescadores possam protocolar no SIE/RJ. E provável, futuramente, será dada continuidade, caso se faça necessário. Será necessária a implantação do Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB) para que o Projeto Mexilhão possa ser considerado viável economicamente.
GESTÃO DO CONHECIMENTO
