Vibrante e Atraente

Escolas saudáveis e sustentáveis: conectando produção e consumo de alimentos conscientes

Sobre o projeto

O Projeto em questão consiste em pesquisa e intervenção em escolas municipais de Niterói, com vistas a transformação das mesmas em equipamentos públicos sustentáveis e saudáveis, conectando produção e consumo conscientes de alimentos por meio da construção de hortas escolares pedagógicas orgânicas e autônomas. Inclui também a formação e capacitação de agricultores agroecológicos do município e fomento a articulação destes com a comunidade escolar.

Objetiva provocar mudanças nas práticas e no ambiente escolar, bem como fortalecer a sustentabilidade ambiental do Programa de Alimentação Escolar do município. A execução do projeto será realizada através de pesquisas acadêmicas, ações extensionistas como oficinas práticas, trocas de experiências, cursos com vistas a disseminar conceitos e apoiar práticas pedagógicas inovadoras em torno dos temas: ambiente alimentar sustentável, práticas alimentares saudáveis e sustentáveis, agricultura urbana, permacultura, características do solo, controle de pragas e doenças, reaproveitamento de resíduos orgânicos, compostagem, adubação, controle e monitoramento do consumo de água, utilização de sensores de baixo custo para controle da umidade e irrigação do solo.

O que foi feito até aqui

O diagnóstico físico, funcional, alimentar, ambiental e pedagógico foi realizado e já apresentado a gestores da Secretaria de Educação. Das 07 escolas em que serão implementadas hortas, 02 já estão prontas – a UMEI Vinicius de Moraes e EM Heloneida Studart, e 01 em desenvolvimento. Tais escolas foram equipadas com lixeiras para coleta seletiva, com lixeiras nas unidades de alimentação e nutrição, composteiras, além de trituradores para facilitar a compostagem.

A equipe está no processo de implantação da terceira horta, onde estão sendo desenvolvidas oficinas de preparo de solo, de semeadura, de plantio, de colheita, de separação de resíduos, compostagem, de educação alimentar e nutricional, de controle higiênico sanitário nas cozinhas, todas com envolvimento da comunidade escolar e participação dos escolares em todo o processo. Estão sendo realizadas reuniões de articulação com setor de alimentação escolar, com a coordenação de sustentabilidade, setor de engenharia da secretaria de educação com a CLIN.

Além disso, foi realizado um curso de formação para agricultores familiares, com finalidade de fomentar a compra institucional de alimentos da agricultura familiar para o programa de alimentação escolar. Assim, um dos legados desse processo é certamente a mobilização de atores do território e o desenvolvimento de estratégias de articulação que podem potencializar resultados e facilitar o alcance dos objetivos.

Destaca-se aspectos que extrapolaram as expectativas a mobilização de atores nos territórios, incluindo pais de alunos que estão se conectando como o desenvolvimento das hortas, a grande visibilidade que o projeto tem alcançado com surgimento de novas demandas de escolas que não estão contempladas no projeto.

Estão sendo desenvolvidas ferramentas de apoio a execução do PNAE O Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. O governo federal repassa, a estados, municípios e escolas federais, valores financeiros de caráter suplementar efetuados em 10 parcelas mensais (de fevereiro a novembro) para a cobertura de 200 dias letivos, conforme o número de matriculados em cada rede de ensino.
Fonte: FNDE – https://www.fnde.gov.br/programas/pnae
, tais como calculadora para estimativa de indicadores de sustentabilidade na alimentação escolar, vídeo de apoio a compra de alimentos da agricultura familiar e portfólio do curso de formação de Agricultura Familiar.
Criação do Laboratório de Agroecologia, Nutrição e Tecnologia (LAANT) que se propõe ocupar os espaços verdes da Universidade com o processo de desenvolvimento de hortas agroecológicas urbanas coletivas. O LAANT configura-se como um espaço aberto para experimentação e disseminação de práticas agroecológicas com desenvolvimento de tecnologia sustentáveis, articuladas à formação em diferentes áreas de conhecimento e saberes, integrando ensino, pesquisa e extensão na construção do conhecimento, de modo a se estabelecer como uma tecnologia social com grande potencialidade para construir vivências e processos pedagógicos inovadores, e que podem ser visitados pelas escolas como
parte das estratégias de mobilização para a pauta da agroecologia como um referencial pedagógico capaz de promover simultaneamente mais sociabilidade, promover alimentação adequada e sustentável e educação ambiental.

Também pode-se pontuar a articulação com a CLIN a fim de alinhar os projetos já andamento, e convergir e potencializar as ações, seja no processo de mobilização para as hortas como para a coleta seletiva de resíduos inorgânicos.

Próximos passos

  • Continuidade da implantação das hortas nas próximas 04 escolas;
  • Oficinas de compostagem, de separação de lixo, de mobilização e articulação para práticas mais saudáveis e sustentáveis com professores, pedagogos, merendeiras, oficinas pedagógicas com escolares com diferentes temáticas, elaboração de murais interativos;
  • Avaliação do Projeto.

. FICHA TÉCNICA


Secretaria Responsável: Fundação Municipal de Niterói – FME

Duração: 36 meses

Valor do projeto: R$ 402.232,00

Departamento UFF: Faculdade de Nutrição – Departamento de Nutrição Social

Coordenador: Patrícia Camacho Dias

Público – alvo: Comunidade escolar, gestores municipais, alunos de graduação e pós graduação

Onde atua geograficamente: Barreto, Maria Paula, Sapê, Várzea das Moças, Santa Bárbara, Bairro de Fátima.

Equipe Envolvida: Aproximadamente 30 envolvidos, entre professores e alunos de graduação e pós-graduação das áreas de nutrição, engenharia agrícola e ambiental, de recursos hídricos , elétrica, cinema, bem como agricultores familiares.

Parcerias realizadas: CLIN, EMATER, COOPERAR, Economia Solidária, Chalé Agroecológico.

[…] O desenvolvimento do Projeto indica a viabilidade de implementação de práticas sustentáveis e saudáveis no âmbito dos sistemas alimentares locais, que podem ser ampliadas para toda a rede escolar […].
Um exemplo que vale ser destacado, por ter viabilizado a implementação das hortas (nas escolas e em espaços da universidade) em caráter institucional e que podem ter continuidade, foi a contratação de agricultores agroecológicos locais. Além de oferecer o suporte técnico e operacional, esses agricultores possuem uma inserção e uma prática pedagógica inerente a quem atua com agroecologia. Essa dinâmica de contratação […]  repercutiu nas instituições municipais, uma vez que foi incorporada como proposta concreta da Conferência Municipal de Segurança Alimentar que ocorreu em 2022.

Coordenadora Patrícia Camacho Dias

As atividades foram extremamente bem recebidas pela comunidade escolar, tendo o tema horta escolar muito desejado por todos. Estão sendo desenvolvidas inserções tecnológicas no manejo das atividades em destaque a automação dos sistemas de irrigação escolar. Outro destaque é o trabalho etnobotânico feito com a comunidade escolar e o recrutamento de agricultores familiares locais.

Gerente João Ricardo Assis da Silva

Políticas Intersetoriais que dialogam com o projeto:

ODS: 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável; 3 – Saúde e Bem-estar; 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis; 12 – Consumo e Produção Responsáveis.

Objetivo PPA 2022-2025: Ampliar o atendimento educacional de qualidade, combinando as vantagens da educação presencial e a distância, visando o desenvolvimento físico e mental dos indivíduos e o alcance da cidadania plena a crianças da primeira infância (Educação Infantil), aos jovens na faixa obrigatória (Ensino Fundamental) e aos alunos com necessidades educacionais especiais (Educação Inclusiva), e, ainda, àqueles que não tiveram acesso à escolaridade em idade apropriada (Educação de Jovens e Adultos).

NQQ: O projeto converge com as Áreas de Resultado “Vibrante e Atraente”, “Saudável” e “Escolarizada e Inovadora”, em razão da centralidade do eixo temático da sustentabilidade no projeto, que se aproxima principalmente da linha geral “Consumo consciente, educação ambiental e valoração do serviço ambiental”, e, sobretudo, ao tratar de iniciativas que promovem inovação nas práticas pedagógicas de promoção da alimentação adequada, saudável e sustentável e educação ambiental com foco nas práticas institucionais que fortaleçam o ambiente escolar promotor da saúde e da sustentabilidade de forma articulada.

Política Pública: O projeto utiliza a tecnologia social de hortas pedagógicas agroecológicas como estratégia para a promoção das práticas de alimentares mais saudáveis e sustentáveis e a educação ambiental, visando a valorização do debate e de práticas em torno de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis. Assim, destaca-se a integração com Programa Nacional Alimentação Escolar (PNAE). Além disso, o Projeto também está alinhado aos princípios do Programa Municipal de Agroecologia Urbana de Niterói, instituído pelo Decreto 13.771/20, que tem como objetivo desenvolver no município um setor economicamente produtivo, através da criação de sistemas alimentares ecoeficientes, rentáveis, inclusivos e saudáveis, atrelados a fatores ambientais e geoculturais inerentes à identidade da cidade, como estratégia econômica inovadora e garantia da sustentabilidade, soberania e segurança alimentar municipal. O desenho do projeto apresenta características inovadoras que podem ser adotadas como estratégia de integração nas políticas municipais, sendo suas propostas articuladas com gestores, comunidade escolar e outros atores do território para garantir a autonomia das escolas na continuidade das estratégias adotadas. Um exemplo de destaque que potencializa a implementação de hortas em patamares sustentáveis foi a contratação de agricultores agroecológicos que, além de oferecer o suporte técnico e operacional, possuem uma inserção e uma prática pedagógica inerente a quem atua com agroecologia. Essa dinâmica de contratação de agricultores familiares repercutiu nas instituições municipais, uma vez que foi incorporada como proposta concreta da Conferência Municipal de Segurança Alimentar que ocorreu em 2022.

GESTÃO DO CONHECIMENTO

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